terça-feira, 11 de maio de 2010

AMOR DO COMEÇO AO FIM.

João 15: 9-12

Amar é a maior experiência do homem no curso da sua vida. É claro, não estou fazendo referência alguma ao amor livre, sensual, imoral; que degrada, degenera e que transforma o belo na pior espécie de esgoto urbano. Também não me refiro ao amor platônico que se ama de perto como se longe estivesse, porque julgam ser o amor impuro por natureza e contamina a alma. Somos chamados para amar o paria, o proscrito, o excluído social, o anônimo. Quem não ama não passou pela vida; e é melhor não viver do que viver e não amar. O amor é o bem supremo a ser anelado por homens e mulheres, adultos, jovens e crianças. Até os animais amam.

Não podemos entender nada na Bíblia e nem em nossa vida se não for através do amor. Cantares de Salomão é um livro fácil de ser lido e entendido porque retrata a história de duas pessoas que se amam. Gostamos muito de João 3: 16 porque retrata, em poucas e inconfundíveis palavras, a história irrefutável do amor de Deus por nós.

O amor é o maior de todos os mandamentos.

Por que desejamos o amor?

Desejamos o amor pela sua origem:
"o amor é Deus”
.

1João 4: 7 afirma: “amemos uns aos outros porque o amor é de Deus”. Este amor está por todas as partes da Bíblia: ele está presente na história da criação; ele está presente na história da redenção; ele está presente na história de cada um de nós. Onde encontramos Jesus? Com os pecadores. Com a multidão aflita e sofrida que vivia como ovelhas, sem pastores, no meio de lobos famintos e vorazes.

O encontro de Jesus com a mulher samaritana foi o encontro do amor com ódio cruel e racial. Qual dos dois você imagina que venceu: o ódio ou o amor? O amor é o único sentimento e a única arma que pode vencer o ódio. Jesus é a encarnação do amor de Deus. Hoje este amor está encarnado em mim e em você. A nossa história tem de ser uma de quem ama e não de quem odeia. Sem Jesus pode faltar amor, mas vão sobrar mágoas, ódio, revolta, repulsa, amargura, aversão, antipatia, desprezo e indignação.

Amor. Esta foi a única forma encontrada na Bíblia para definir Deus. Desejamos o amor porque o amor é de Deus.


Desejamos o amor pela sua eternidade:
“o amor jamais acaba”
.

Bem diz Jeremias 31: 3: “Com amor eterno Eu te amei”. O amor não é como uma árvore seca; como nuvens da manhã que passam ou a relva que murcha e seca, mas é como as montanhas que sempre estão firmes, entra ano e sai ano elas permanecem inabaláveis. Tudo ao redor pode mudar, elas não. Continuam sempre lá, imponentes, desafiadoras, dominando a paisagem.

Na vida tudo é transitório – menos o amor. Permanecem a fé, a esperança e o amor. Estes três. Mas o maior destes é o amor porque é o único que jamais acaba.

O amor é maior que a eloquência. Amor não é uma questão de linguagem, de teoria, mas de prática “ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa e o sino que retine”, v. 1.

O amor é maior que a profecia. É maior do que a capacidade de predizer coisas passadas, presentes ou futuras:“ainda que eu tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e ciência, mas se não tiver amor...”, v. 2.

O amor é maior que a fé. A fé aponta para cima enquanto o amor aponta para todos os lados: “ainda que eu tivesse toda a fé, de tal maneira que transportasse os montes e não tivesse amor, nada seria”, v. 2.

O amor é maior que os nossos conceitos humanistas:“ainda que eu distribuísse todos os meus bens para o sustento dos pobres, se não tiver amor...”, v. 3;

e o amor é maior que qualquer sacrifício que o ser humano possa fazer: “ainda que eu entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria”, 1Co 13.

Que as palavras do Senhor dirigidas a Efraim e Judá não sejam para nós: “Que te farei, ó Efraim, que te farei, ó Judá, porque o vosso amor é como a nuvem da manhã e o orvalho da madrugada que cedo passam”, Os 6: 4.

Desejamos o amor porque ele jamais acaba.

Desejamos o amor pelo seu valor:
“o amor não faz mal ao próximo”.
1Co. 13:5, 6.

Vemos esse amor na expressão reconciliadora do pai com o filho pródigo: quando reabilita o filho. Há uma dúvida sobre a qualidade do amor quando o pai entrega ao filho menor a parte da herança pertencente a ele. O pai não dialoga, não resiste a vontade do filho. Ele simplesmente atende o pedido. Isso é amor?

O pai pode chamar isso de amor, mas um psicoterapeuta vai chamar isso de paternidade irresponsável. O amor impõe limites, usa o bom senso, sabe dizer não. Amar não é concordar. Agora, quando o pai reabilita o filho maltrapilho, malcheiroso e mal de tudo – isso é amor. O amor determina limites; o perdão não. O perdão não conhece limites. Amar é perdoar sem limites.

Quando Jesus ministra perdão à mulher pecadora, em João 11: 16, não discute o tamanho do pecado dela. Não a discrimina e nem a humilha. Atos de bondade são vistos na parábola do Bom Samaritano que inspira atos de misericórdia até os dias de hoje. Amar inspira atos de heroísmo como o belo exemplo de Joquebede, a mãe de Moisés. O amor nos une, não nos divide. Isaque e Rebeca estavam divididos pelo amor ou pelas preferências?

No amor não há hipocrisia como bem testemunha a parábola do Bom Samaritano, nos exemplos reprovados e contestados do sacerdote e do levita; como também nas expressões ingratas e traidoras de Judas Iscariotes. Paulo resume magistralmente: “o amor seja sem hipocrisia”, Rm 12: 9, mesmo porque hipocrisia não combina com amor: “o amor não pratica o mal contra o próximo”, Rm 13: 10, porque essa é a sua natureza.


Desejamos o amor pela sua qualidade:
Ele é bom, justo e verdadeiro.

Paulo defende, Romanos 7: 12, que Ele é bom – porque se porta com decência; ele é justo nas suas atitudes com o próximo – de pensar, sentir e agir, e ele é verdadeiro no seu relacionamento. Desejamos o amor pelas qualidades que ele tem. E uma das grandes qualidades do amor é que ele não falha.

O amor é maior do que os dons espirituais. A profecia pode falhar; o amor, não. A fé, num determinado momento de fraqueza, pode falhar. Revelações podem falhar. O crente pode falhar no exercício dos dons espirituais e no seu testemunho pessoal; só não falha quem ama. Desejamos o amor pelas suas qualidades.

Considerações finais

Um dos hinos que mais gostava de cantar quando criança, e de tocar, quando tive minhas primeiras aulas de música e aprendia a tocar pela partitura musical, encontra-se no Hinário Aleluia – “Qual é o adorno desta vida? É o amor”. São cinco lindos versos descrevendo as qualidades do amor autêntico e verdadeiro. Hino número 341.

A mensagem da Bíblia começa com amor e termina com amor. Começa com o casamento de Adão e Eva no Jardim do Éden e termina com a união de Cristo e sua igreja no Apocalipse.

Você tem amado?

Joaquim Vidal de Ataídes pertence ao rol de pastores pioneiros da IPRB. Pastor da 2ª IPR do Gama, DF.


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