quinta-feira, 1 de julho de 2010

PRATO DE LENTILHAS


Quando o alarme do meu celular tocou as 06:50hs eu já estava acordado, havia chegado em casa ontem meio desmotivado e a fui logo para cama e acabei apagando, tenho estado muito cansado ultimamente e não é um cansaço que o sono repõe. 

Levantei-me e enquanto arrumava minha roupa para o dia, fui colocar a suja no cesto, e reparei como a camisa que usará ontem estava com o colarinho puído, nem imagino a quantos anos não compro uma roupa nova para mim, acredito que pelo menos uns 4 anos.

É desgastante perceber que tenho corrido tanto, me consumido no trabalho e tão pouco de efetivo tenho conseguido fazer e alcançar, é frustrante perceber que o tempo corrói mais do que o tecido das roupas que uso, ele tem levado os anos e muitas das vezes os sonhos, deixando esperanças transformadas em frustrações.

Viver muitas vezes se torna algo surreal, corremos atrás do que efetivamente não podemos tocar: de sonhos, de utopias, de realizações que vemos fazer parte de outrem,  e imaginamos: por que não comigo? 

Saímos desesperados em busca dessa tal felicidade imaginando encontrá-la nos carros, roupas, sapatos, edifícios, casas, dinheiro, e fazemos isso por uma causa nobre, fazemos isso pensando em dar melhores condição de vida aos filhos à família e familiares, esse é um bom motivo não é?

Já percebeu como essas coisas nos desgastam? 

As contas não param de chegar e pra fazer dinheiro temos de fazer mais contas e vivemos nesse ciclo louco que nos estressa, nos corrói por dentro, nos deixa amargos, rouba nossa paz e principalmente nossa capacidade de perceber que estamos gastando nossa vida atrás de coisas efêmeras, que são passageiras, que podem nos dar roupas, carros, casas, conforto, dinheiro, mas estão sucateando nossa mansão na eternidade e mascarando o real motivo para o qual existimos.

Estamos sim vivendo, vivendo e trocando nossa felicidade por um "PRATO DE LENTILHAS."

Sola gratia.

Reinaldo

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