S
empre tive uma mente inquieta em relação à Verdade. Desde que me conheço por gente na vida e principalmente no Evangelho, como muitos no mundo, também procuro respostas. Procuro entender, crer, descrer, voltar a crer, dependendo do que se apresenta ante a mim. Às vezes sinto-me violentado diante de respostas prontas, protocolos definidos, cartilhas pré-formuladas e verdades concebidas pelos laboratórios científicos e teológicos. Este último então nem se fala, pois sempre se arrogou no direito de dar respostas fabricadas e fechadas. Para mim, tudo que se fecha tradicionalmente, envelhece. Por isso nossa teologia é velha, arcaica demais para discernir um mundo em transformação constante.
Tudo na vida evolui. Somos seres em constante evolução mental e espiritual. Acreditar em certas coisas só por medo de ser questionado, rejeitado ou visto como louco pelas pessoas “sãs” é ser medíocre. Quem ousa mudar a sua mente vê o mundo de forma mais ampla, mais oportuna, mais inteligível. Nós evangélicos nos apegamos às velhas crenças por receio de querer encarar o novo, pois o que é novo assusta mesmo. Muitas vezes é mais confortável ficar deitadinho em nossa velha e desgastada rede dogmática, balançando de um lado para o outro, sem se dar conta de que a rede está prestes a ruir, tal como o odre velho diante do vinho novo. Quer saber, prefiro continuar em minha tranqüila inquietação e sossegada busca pela Verdade. Pois aprendi ao longo dos anos, que a Verdade liberta, renova, transforma a mente e não me faz conformar-se com este mundo. Aí, você ao ler estas linhas, poderá me questionar: Ué! Pensei que ele já tinha encontrado a Verdade em Jesus! Pois é, te responderei, a grande questão é que Jesus é o Caminho. Se é Caminho não posso parar de andar, se é Verdade não posso jamais deixar de buscar, e se é Vida, desta eu tenho que me apossar. Vejo que a Verdade está no chão da vida, nas mínimas coisas do dia-a-dia, no olhar de uma criança, no andar do idoso, na alegria de se estar com os amigos, no momento que passou e no outro que chega, na Palavra Eterna, na comida saborosa, no choro sincero, no riso descontraído, em ajudar e ser ajudado, em pecar e ser perdoado, em não acusar por se enxergar, em não adoecer pelos outros, na porta que se abre e que se fecha, nas vitórias da vida que são parciais (Pois não existe vitória absoluta nesta existência) e nas derrotas relativas que a vida proporciona (Pois de igual modo, nossas derrotas não são absolutas e nem eternas, mas momentâneas), em amar a Deus sobre todas as coisas!
Um domingo abençoado a todos!
A Verdade está lá fora!
ISAÍAS MARCELLO
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