Reinaldo Rodrigues.
No meio de uma realidade familiar
caótica vi nascer dentro de mim uma necessidade de fazer diferente dos modelos
que se apresentavam, e a partir dessa necessidade me esmerei por ser melhor que
meus adversários, não era ser melhor no conceito de humilhar meu próximo para
que me sobrepujasse, mas melhorar meu eu, para que eu fosse melhor aceito,
respeitado e então pudesse alcançar uma vida melhor da que estava vivendo e quiçá
melhorar meu futuro.
Havia abismos difíceis de
transpor: o estudo, os relacionamentos, a hostilidade, a indiferença, a falta
de amor e companheirismo a falta de afeto. Mas eu estava decidido a vencer
todos eles primeiro dentro de mim e depois externar aos a minha volta, então
fui em busca de ser o melhor filho, o melhor aluno, o melhor amigo, o melhor
profissional, o melhor esposo, o melhor pai, o melhor empresário, o melhor pastor
e por ai segui meu intento.
Lembro-me nas acho melhor não
escrever, ainda, os momentos em que decidi que eu tinha um desafio a diante, um
alvo que perseguia e que jamais devia esmorecer, até que me deparei no grande
obstáculo para o sucesso do meu intento, eu mesmo. Por mais legitima que eu
pudesse determinar que era meu objetivo ele estava fadado ao erro, porque ele
esteve todo tempo pautado em mim, quando o meu objetivo final deveria ser o
outro, ou seja, devo ser o melhor para que possa fazer o bem a outrem, eu
estava tão impregnado de mazelas que de alguma forma precisa e desejava viver
algo melhor e confundi tudo e de herói passei a vilão.
Quando me vi com os pés sobre uma
areia movediça que me sugava e destruía todo meu esforço, apareceu então o meu
eu, foi quando descobri que todo meu esforço havia sido em vão isso porque em
linhas gerais estava pautado no egoísmo, achei que poderia mudar o exterior a
minha volta de tal forma que eu me beneficiasse, quando na realidade deveria
ter buscado uma mudança interior, não de conformismo com o modelo que se me
apresentava, mas que me tornasse de verdade uma pessoa melhor gerando um
ambiente melhor com possibilidades melhoradas e exponencialmente melhores, não
era o reconhecimento das pessoas que mudaria minha vida mas minha decisão de
ser melhor para as pessoas que realmente poderia ter feito a diferença.
Por mais difícil que seja devo
admitir que errei, errei em gênero, número e grau, errei completamente, talvez
tenha errado de forma irrecuperável, não sei!!, mas é assim que me sinto, tenho
44 anos, falhei como filho, falhei como irmão, falhei como esposo, falhei como
pai, falhei como amigo, falhei como pastor, falhei como pessoa, se estou
exatamente no meio da caminhada, acredito que há novas possibilidade a frente,
que venham oxalá eu tenha tempo de fazer tudo de novo, do jeito certo.
Por tudo isso, mais uma vez eu
peço perdão.
Sola gratia
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