Em
certa oportunidade Jesus falava aos seus e fazia uma reflexão sobre aos valores
do Reino do seu Pai, fazendo alusão há um viver sobre uma perspectiva diferente
das quais viviam a humanidade da época, falando de uma forma que em uma análise
simplista poderíamos resumir como nadar contra a correnteza, o que para mim é
uma boa definição do cristianismo pregado por Jesus de Nazaré. E em meio a essa
palestra Jesus fala de uma casa que foi edificada sobre a rocha e diz que mesmo
vindo os intempéries da vida, vindo os desastres climáticos, sacudiu, balançou
mas não pode derrubar aquela casa.
Quantas
vezes ficamos a procurar respostas para tentar elucidar questões que vem de
encontro a uma teologia totalmente protecionista dos filhos de Deus e então
perguntamos, por que? Por que, por que, por que... essa idéia triunfalista de
que o crente é invencível, de que ele como filho de Deus só merece e terá
coisas boas da vida é tremendamente contraditória do que Jesus ensinou e viveu
na própria carne, mas ainda assim vamos encontrar aqueles que usam a Bíblia por
puro pretexto de suas afirmações que mais uma vez citarão a Bíblia para afirmar
que Ele (Jesus) levou sobre Si todas as nossas enfermidades e que o castigo que
nos trás a paz estava sobre Ele, quer dizer, Ele sofreu para que nós fossemos
para sempre felizes. A didática pode até estar correta mas a aplicação é
totalmente equivocada, Jesus também disse que o servo não pode ser maior do que
seu Senhor, que assim como Ele foi perseguido assim nós também seríamos, como o
mundo O odiou também seríamos odiados.
Quando
Jesus falava da casa edificada sobre a rocha, Jesus falava sobre a fé, falava
de uma fé triunfalista sim, mas dava evidencias de que essa fé estava sujeita a
todas as contingências da vida, porém poderiam soprar, poderiam balançar aquela
casa e nada aconteceria com ela, pois estava edificada sobre a rocha, em outras
palavras é fácil de perceber que o cristianismo não desassocia o cristão da
vida real, do desemprego, das doenças, das calamidades, dos mal feitores, do
assassino, da enchente, do estupro, da queda do avião, do deslizamento, o dia
mal virá sobre nossa casa e a diferença só então vai aparecer, porque nessa
hora será revelado o alicerce da construção, pois se para muitos as contingências
da vida destrói tudo sem deixar nada, para outros fica o alicerce de onde sairá
um novo e mais bonito edifício.
Fé
não é ausência de sofrimento, fé é nossa capacidade de continuar enxergando
Deus além da cortina de fumaça que a vida nos impõe. Fé é acreditar que o troféu
esta nas mãos daquele que venceu e será entregue aos vencedores, e só sai
vencedor da guerra àquele que luta, só vence a batalha aquele que se suja na
lama do campo de batalha e traz no corpo as feridas e as cicatrizes de uma
feroz batalha travada em nome de um prêmio prometido e guardado somente aos
vencedores.
À
luta.
Sola
Gratia.
Reinaldo
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