sábado, 11 de abril de 2009

FELICIDADE.


“Eu era feliz e não sabia.”

 

Quem nunca pronunciou essa frase?

Rua Uruguai 831, se não me engano, um templo, não uma igrejinha, seus membros não gostavam nada de quem se referisse a ela com esse termo.

Ali pessoas como quaisquer  outras se reuniam para cultuar a Deus, as vezes em momento de glória com olhos brilhantes eram lembrados, outros com lágrimas aflorando, mas não é assim a vida?

Com certeza eu já havia assumido alguns desafios tamanhos, mas nenhum nutria em mim uma paixão tão intensa, exatamente por isso abracei como quem abraça a vida.

Eu precisava moldar meu desejo ao desejo deles, e nada melhor do que trazê-los para perto e para isso colocamos os joelhos no chão e foi ali que pautamos o rumo de uma explosão de fé e crescimento.

Às vezes era um pequeno grupo, um versículo apenas era o bastante para um bate papo alegre e emocionante antes da oração, muitas vezes minha oração parecia oca, eu tão próximo ao chão e a oração ao invés de “subir” parecida ar gelado no chão permanecia.

Foi preciso começar cultos quase sem ninguém, para que pudessem dar valor no horário e outras tantas apagar a luz para que fossem embora.

Pessoas simples de alma grande de mais.

Quando se deram conta viram seus relacionamentos sendo invadidos por pessoas estranhas, sorrisos diferentes, problemas semelhantes, dores angustiantes, e chegaram pouco a pouco, e tiveram de deixar velhas amizades para dar conta dos novos que chegavam.

O lugar já não era mais adequado.

Mais uma vez trabalhamos a mente para que assimilassem a necessidade de um lugar mais amplo e isso não era plano humano, claro que não, vimos vários lugares, mas a porta quem abriu, foi aquele que a frente estava.

Nada era igual, aquelas pessoas estavam por ali, mas agora misturadas há cinco vezes o seu número inicial, problemas? Creio que não. Ora com certeza algumas vezes foi preciso uma intervenção, pequena.

O maior sentimento ali era unidade, isso, unidade. Raramente vi um grupo tão unido em torno de um propósito, eles estavam, cada um deles, uns mais outro menos, respeito a individualidade de cada um, mas todos envolvidos. Era algo lindo de se ver.

A cada programa, evento e mesmo nos cultos semanais só fazia com que o amor se espalhasse pelos corações, de tal forma que havia uma sede por estar ali. Acredito que havia aqueles que contavam as horas, dias para juntos celebrarmos.

Era um culto há Deus com toda certeza, um culto a união que o evangelho promoveu na vida de cada um, mas não simplesmente o culto, porque já havíamos entendido que o culto é a vida e a vida é o culto, talvez por isso ali no nosso meio eu tenha experimentado (falo por mim) coisas indescritíveis, incomensuráveis, apofáticas, que me fizeram deixar o solo por dias, a ponto de nossos olhos se cruzarem e as palavras sumirem dos lábios tamanho derramar do poder de Deus.

Era visível, todos que ali chegavam podiam ver, podiam sentir, e cada um de nós sabia, que nada disso tinha haver conosco e que cada pessoa ali colocada era para ser cuidada como a nós mesmos, afinal ali estava a prova maior da ressurreição de Cristo e de que nossa fé no filho de Deus não era vã, pois o amor que recebemos também dávamos a todos e isso testificava a verdade do evangelho.

“amem-se e o mundo crerá em mim” Disse Jesus.

Eu experimentei a felicidade. Eu era feliz e não sabia.

 

Reinaldo

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