sábado, 11 de abril de 2009

QUEM SOMOS?


Há muito mais na nossa vida do que propõe a filosofia arcaica dos filósofos ou da teologia medíocre da criação em explicar o criador.

 

Às vezes sinto-me como uma gaiola, é difícil traduzir em palavras esse sentimento, mas é como se estivéssemos servindo como uma prisão, me pego às vezes parado olhando o tempo e vendo as pessoas correndo em uma vai e vem interminável, há tantas coisas para se cuidar, tantas atividades para se dar conta.

 

Mas o viver não pode ser só isso, não podemos reduzir a existência a um viver dirigido por nossa cobiça, por nosso orgulho, por nosso consumismo, a vida tornou-se um grande mercado, vive-se apenas para pagar o que nossos olhos vêem e nosso desejo de possuir nos leva a ter, e mais nada. Reduzimos nossa vida a uma grande barganha onde todos dão ou recebem com alguma condição explicita ou não.

 

E então passamos dias, semanas, meses e anos vivendo dessa forma e em algum momento de lucidez nos pegamos questionando a razão da vida, mais logo somos tomados pela necessidade urgente de continuar mantendo todas as coisas e descobrimos que o mundo não para e se ficarmos parados tentando descobrir a razão pela qual estamos aqui seremos atropelados pela existência e certamente jogados em um manicômio.

 

A vida não para e tudo se repete, nossa história é cíclica, de tempos em tempos nos pegamos nas mesas coisas, como se andássemos em círculos, talvez quem sabe fruto de nossos próprios erros que não nos deixam progredir, como os hebreus no deserto, até que uma mudança significativa aconteça não haverá avanços.

 

Quem realmente habita esse invólucro que sustenta a vida humana, quem? Quem faz surgir dentro de nós sentimentos tão dúbios, confusos: amor, ódio, prazer, rejeição, vingança, alegria, tristeza, alienação, supervalorização, desprezo, egocentrismo, raiva, paixão...

 

Reduzimos a existência humana ao prazer sexual;

Ao prazer da posse;

Ao sabor da vitória;

Ao desejo da vingança;

Ao orgulho de fazer e ser melhor;

Ao anseio do possuir e ser reconhecido;

 

 

Se fazemos o bem não o fazemos pelo outro, mas sim por nós mesmos, para nos sentirmos superiores, para aplacar culpa, para gerar crédito, conseguir aplausos e insuflar nosso narcisismo.

 

Se fazemos o mal, apenas damos vazão a quem realmente somos, produto do mal.

 

O que precisa ressuscitar na verdade é o reconhecimento de quem somos, para então entendermos que nosso lugar é na morte, para que uma vez mortos possamos ressuscitar para resgatar a imagem daquele nos fez superiores aos anjos e de glória nos enriqueceu.

 

Reinaldo

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