sábado, 12 de dezembro de 2009

STRESS DAS DIFERENÇAS.






4:17 da manhã o telefone toca insistentemente, foi difícil para eu descobrir que não se tratava de um sonho e que aquele momento era vida real, em frações de segundo lembrei-me que no dia anterior o Júnior havia me dito que eu o levaria em uma balada qualquer, nem me interessei em saber onde seria, foi então que recordei-me que o havia deixado em um desses condomínios horizontais espalhados pela cidade, atendi o telefone, como a ligação era a cobrar já sabia que era ele pedindo para ir buscá-lo, avisei que em dez minutos estaria lá, troquei-me e sai, quando ele e o amigo entraram no carro seu primeiro comentário após perguntar se eu já estava esperando a bastante tempo foi sobre as residências do condomínio.

É exatamente esse comentário que me faz escrever nesse momento...

Conviver com as diferenças e as ambigüidades oriundas dessa vivência muitas vezes é um trauma sério de mais para algumas pessoas, vivemos em um país onde as diferenças de classes sociais são enormes quando consideradas a distribuição de renda, a classe dominante do país cerca de 9% destoa demasiadamente da grande massa seja ela considerada no grupo B, C, D ou E.

Quando o indivíduo se lança ou por um motivo ou outro acaba inserido nesse meio é inevitável que surja dentro de si o confronto de realidades o que sem dúvida vai gerar um stress interior de conseqüências extremamente danosa se por fim não for bem elaborada pelo indivíduo.

Assim que o Junior terminou o ensino fundamental, decidi e como estava em um momento de situação financeira estável matriculei-o em uma boa escola particular da cidade, naquele momento para ser honesto não pesei racionalmente o impacto de minha decisão e suas conseqüências, no entanto hoje acabo tendo que conviver com ele todo o stress da diferença desses dois mundos, vivemos até certo ponto uma situação de conforto, porém nada comparado, esse relacionamento não tem gerado cobranças de nenhuma espécie, porém tem instalado um desejo preocupante com o material em detrimento de certos valores que são maiores que qualquer posição social pode dar.

Tenho tentado fazê-lo entender que tudo na vida é uma questão de oportunidade e de sabermos identificá-la e aproveitá-la no momento exato e que essa oportunidade surge da busca incansável do aprimoramento do caráter e do conhecimento, é claro que não me refiro aos herdeiros de grandes fortunas, mas sim daqueles que souberam amealhar seus ganhos a fim de transformar o trabalho em satisfação pessoal, a satisfação pessoal em sucesso, o sucesso em destaque pessoal e por fim fortuna, quase sempre se o dinheiro não veio por meio do jogo legal e de meios ilícitos esse é o caminho, muitas vezes esse ciclo não se completa e então voltamos ao fator OPORTUNIDADE.

Não adianta ficar fixado na questão que a oportunidade não pode ser desperdiçada e por isso preciso identificá-la a todo custo, pois ela é fruto da ocasião, ela é construída das chances que nos damos e destruída através das chances que desperdiçarmos ficar de braços cruzados a espera de oportunidades ou imaginar que ela possa ser fruto de favores é cair em um precipício difícil de retornar a realidade, a OPORTUNIDADE será construída sim através dos relacionamentos e sobre tudo do esforço pessoal de cada um e quando essa pessoa se deparar com o reconhecimento dos anos de dedicação aos estudos, a qualificação e ao bom caráter saberá que esta diante de sua grande OPORTUNIDADE.

Então é só aproveitar e saber saborear.


Reinaldo.

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