quarta-feira, 10 de março de 2010

MORRI DUAS VEZES E VIVO A TERCEIRA VIDA.

Em 1985 tive uma morte anunciada, tudo porque não soube canalizar minhas experiências com Deus e com o evangelho, eu estava em um crescente envolvimento em minha vida religiosa, com algumas atribuições eclesiásticas a nível local e no presbitério, a instituição em que eu estava envolvido era a Igreja Presbiteriana Renovada, naquela época ainda bem fechada e comandada por um cem número de caciques, não sei hoje como anda, discordar da metodologia de um amigo, ao qual considero meu pai na fé, foi o estopim para uma perseguição que culminou na minha exclusão da instituição, isso porque se é difícil “ganhar” uma vida para Cristo, manda-la embora é muito simples e tudo dito em alto e bom som diante de toda congregação.
Naquele momento pensei que sucumbiria a dor da separação de pessoas tão queridas e tão próximas, mas não há nada que o tempo não cure.
A partir desse momento aprendi que o tempo não é nosso inimigo mas sim nosso aliado, e que no momento certo as coisas acontecem, e se acontecem como queremos ou não, sempre serão para nosso crescimento.

Em 2004 enfrentei a segunda morte, tudo porque não soube canalizar minhas experiências com Deus, o evangelho e minha história particular de vida, a ingerência afetiva, o descuido familiar, as muitas atribuições eclesiásticas em uma nova instituição religiosa, agora a Igreja Missionária Central, culminaram em meu enfraquecimento e morte. Após estar em posição de destaque e debaixo de elogios e das mais calorosas demonstrações de afeto, experimentei um funeral sombrio e solitário, restaram poucos, quem sabe aqueles que conseguiram extrair mais do que aparências em tudo aquilo que me dediquei a fazer no meio deles.
Naquele momento pensei que sucumbiria a dor da separação de pessoas tão queridas e tão próximas, mas não há nada que o tempo não cure.
O tempo tem passado mas ainda não cicatrizou completamente feridas que são muito mais que lembranças, porque ainda consigo me lembrar de vários rostos, ainda sei da história de muitos deles, lembro-me de momentos dedicados, lágrimas derramadas, nada em vão, porque eu cresci, cresci enquanto ouvia cada um dos seus problemas, cresci enquanto entabulava um conselho, ou quanto assistia no momento de dor e sofrimento, na angustia da desilusão, nos conflitos relacionais, nas duvidas ministeriais, ainda tenho o nome de todos que batizei, de muitos ainda tenho foto, quando leio esses nomes o semblante delas me vem a mente e todos os momentos em que vivemos juntos e experimentamos a vivencia de um evangelho que não mais encontrei por onde andei.

Mas nasci novamente e estou quase pronto para recomeçar, porque não posso ficar calado diante de tudo que ouvi e vivi, tenho muito ainda a ensinar e muito mais experiência, talvez não de como fazer, mas de como não fazer, isso sim com toda certeza.

Quem viver vera.


Sola gratia.

Reinaldo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Isso ai Reinaldo!
Recomeçe mesmo, precisamos de pastores como você foi um dia.