INCOERÊNCIA
Gálatas 5: 2-4
Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará.
E de novo protesto a todo o homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei.
Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído.
Atos 16: 1-3
E chegou a Derbe e Listra. E eis que estava ali um certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma judia que era crente, mas de pai grego;
Do qual davam bom testemunho os irmãos que estavam em Listra e em Icônio.
Paulo quis que este fosse com ele; e tomando-o, o circuncidou, por causa dos judeus que estavam naqueles lugares; porque todos sabiam que seu pai era grego.
Se isto não é incoerência de compromisso, eu não sei como definir essas coisas. Claro, pode-se defender Paulo aqui dizendo que a carta foi escrita aos Gálatas tempos depois de ter circuncidado Timóteo, entre os anos 50 e 55 DC e seus pontos de vista amadureceu durante o intervalo, ainda que Atos tenha sido escrita provavelmente no ano 90 DC. Vamos, então, dizer que é o caso, e olhar para as implicações: Sua opinião mudou de um lado para outro durante o período em que ele estava pregando o evangelho em todo o mundo. A verdade, porém, não se alterou durante esse período, para que é imutável. Ele, portanto, não poderia ter sido a pregação da Verdade, durante este período de mudança de pontos de vista, mas ele alegou estar pregando o mesmo evangelho do começo ao fim. Isso nos deixa sem base para acreditar que ele sempre pregou o Evangelho verdadeiro!
A HISTÓRIA DE CONVERSÃO É CONFIÁVEL?
Será que ele realmente vê uma luz brilhante? E ele realmente ouve uma voz? Eu acredito que ele fez, embora seja questionável que os outros viram ou ouviram. As contradições na forma de contar de sua revelação são suficientes para nos levar a questionar a sua objetividade em um momento e depois sua veracidade. Em sua defesa perante a multidão de Jerusalém em Atos 22:7-9 Lucas descreve assim i discurso de Paulo:
E caí por terra, e ouvi uma voz que me dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
E eu respondi: Quem és, Senhor? E disse-me: Eu sou Jesus Nazareno, a quem tu persegues.
E os que estavam comigo viram, em verdade, a luz, e se atemorizaram muito, mas não ouviram a voz daquele que falava comigo.
Agora veja como Lucas descreve a mesma sena da experiência de Paulo no capítulo 9 verso 5 a 7 desta forma:
E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.
E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.
E os homens, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém.
Como foi que Lucas registrou tão simples uma contradição em um livro? Lembre-se que Lucas era freqüente companheiro de Paulo, seu médico amado e seu protegido. Ele pode ter estado presente quando Paulo entregou a sua defesa em Jerusalém, mas ele certamente ouviu a própria descrição de Paulo pessoalmente. Paulo não teria permitido que um amigo e aliado pudesse permanecer na ignorância de todos os detalhes de sua conversão. Lucas, sem dúvida, ouviu essa história, não uma, mas várias vezes, na companhia de seu mentor, ouvia enquanto ele compartilhava para outros convertidos e discípulos.
Essa contradição parece ter pelo menos três explicações possíveis.
· Qualquer um escriba posterior teria adulterado o texto para fazer uma contradição, ou
· Lucas simplesmente cometeu um erro na gravação de uma ou outra das narrativas, ou
· Descrições de Paulo da sua conversão eram contraditórias e Lucas deixou-as, como não saber o que fazer.
CONTINUA...
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